sábado, 19 de setembro de 2009

Coréia do Norte X Coréia do Sul: um legado da Guerra Fria

A Coréia é uma nação dividida pelo paralelo 38 em dois Estados: um de orientação capitalista e outro de tendência comunista. A relação atual entre ambas é ciclotímica, com períodos de tensão e de distensão. A causa, não obstante a divergência ideológica entre os dois regimes, encontra-se nos limites entre ambos os países, que nunca foram reconhecidos pela Coréia do Norte. Esta se encontra à beira do colapso, com mais de 300 mil refugiados que têm sofrido com a fome e com a falta de liberdade. O fantasma da guerra nuclear ainda paira sobre a região, somando-se a relações conflituosas com a China e com o Japão e com os mais de 37 mil soldados norte-americanos estabelecidos em seus arredores.
A península coreana sofreu numerosas invasões ao longo de sua história. Pertenceu à China até 1895 e desfrutou de 15 anos de independência, até que em 1910 foi anexada pelo império japonês. Com a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial, a URSS e os EUA ocuparam a Coréia. Assim, em 1948 foram criadas a República Popular Democrática da Coréia, no norte e sob influência soviética, e a República da Coréia, no Sul da península, tendo a orientação estadunidense.
Em 25 de julho de 1950 a Coréia do Norte ataca a Coréia do Sul. As Nações Unidas condenam o ataque e forças norte-americanas e sul-coreanas atuam juntas fazendo o exército norte-coreano retroceder a posições próximas à fronteira com a China. Os chineses intervêm no conflito com 100 mil soldados e forçam as tropas da coligação apoiada pela ONU a recuar até o paralelo 38.


As negociações de paz prolongam-se durante dois anos até que em 1953 se firma um pacto de armistício, estabelecendo-se uma zona desmilitarizada de quatro quilômetros entre a fronteira da Coréia do Sul e da Coréia do Norte. A Guerra da Coréia, como ficou conhecido o conflito, deixou cerca de 2 milhões de mortos. Os dois Estados, entretanto, nunca assinaram a paz e tecnicamente seguem em guerra.
Desde então, os dois países têm vivido uma série de encontros e desencontros com múltiplas crises diplomáticas e pequenos ataques militares. Com o fim do comunismo soviético no final da década de 1980, a Coréia do Norte deixou de receber a ajuda da Rússia e de outros países do leste europeu. A crise econômica provocada pelo fim do auxílio fez com que mais de 3 milhões de pessoas morressem de fome e uma grande massa de refugiados se direcionasse para a China.











Nos últimos anos, Coréia do Sul e Coréia do Norte têm retomado as negociações multilaterais que tiveram seu ponto máximo em junho de 2000 quando os países firmaram um histórico acordo que abria caminho para a reunificação coreana. Meses depois, entretanto, as discussões se estancaram em razão de problemas internos e, particularmente, por causa do contexto internacional. Os Estados Unidos têm acusado a Coréia do Norte de promover o terrorismo e a reativação de seu programa de armas nucleares, integrando-a dentro dos países que formam o chamado “eixo do mal”. Após a destituição de Sadam Hussein no Iraque, o presidente norte-coreano Pyongyang pode converter-se no próximo objetivo de Washington.










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