sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Um conflito em conseqüência das tensões políticas da ordem Bipolar ! .
O mundo depois da Segunda Guerra foi politicamente marcado pelo “racha” político e ideológico travado entre Estados Unidos e União Soviética. As duas principais potências vitoriosas do conflito mundial dividiram entre si áreas de influência econômica, política e ideológica, inaugurando um período conhecido como “Guerra Fria”. É nesse contexto que temos condições de compreender o conflito que dividiu a Coreia em dois diferentes Estados Nacionais. De fato essa divisão é anterior ao conflito já que, durante o processo de ocupação das áreas colonizadas pelo Japão, as tropas norte-americanas controlaram o sul e os exércitos soviéticos lutaram na parte norte. A partir desse processo de ocupação militar, as duas potências resolveram criar uma fronteira artificial que delimitaria o predomínio de ambas naquela região. Após um acordo, o paralelo 38° fixou os limites da socialista Coreia do Norte e da capitalista Coreia do Sul. Esse projeto de equilíbrio de forças logo foi desestabilizado com a instauração da República Popular da China, em 1949. O país que fazia fronteira com a Coreia do Norte conseguiu estabelecer uma experiência revolucionária comunista ao longo do extenso território chinês. Inspirados pela experiência vizinha, as lideranças políticas norte-coreanas, no ano seguinte, apoiaram o projeto de reunificação do país através da declaração de uma guerra. A invasão dos norte-coreanos alarmou as potências capitalistas, que logo convocaram uma reunião nas instalações da Organização das Nações Unidas. Aproveitando a ausência da autoridade diplomática soviética, que tinha poder de veto, os EUA conseguiram a aprovação para que enviassem tropas contra a ofensiva dos socialistas. Em setembro daquele mesmo ano os Estados Unidos enviaram forças militares contra a Coreia do Norte. Em pouco tempo, conseguiram algumas importantes vitórias. Entretanto, as ambições dos norte-coreanos logo foram bem vistas pelo líder comunista chinês Mão-Tsé tung, que logo cedeu tropas em sinal de apoio. Esse incremento militar obrigou as tropas da ONU a recuarem para os limites do paralelo 38º. Sentindo-se visivelmente ameaçado pelo poderio militar socialista, o general MacArthur – líder dos exércitos norte-americanos – chegou a requerer o uso de armamento nuclear para dar uma “rápida solução” ao conflito. A possibilidade de uma nova hecatombe foi logo descartada pelas autoridades norte-americanas, que preferiram partir para as negociações diplomáticas. O equilíbrio de forças entre os dois lados do conflito acabou viabilizando as negociações, já que nenhum tipo de avanço militar significativo ocorreu nos dois anos seguintes daquela guerra. Em 1953, o Tratado de Pan-munjom encerrou a desgastante Guerra da Coreia e restaurou os limites territoriais do paralelo 38º. Mesmo com o fim da Guerra da Coreia, a tensão entre essas duas nações não chegou a um ponto final. O lado norte, aproveitando do apoio conseguido durante o auge do bloco socialista, buscou meio para melhorar seus índices de saúde e educação. Além disso, aproveitou deste período para empreender um forte projeto de tecnologia bélica e nuclear. Essa última medida promoveu fortes incômodos diplomáticos entre Estados Unidos e Coreia do Norte. A região sul hoje integra uma das mais sólidas e prósperas economias capitalistas do mundo. A ajuda financeira oferecida pelos Estados Unidos conseguiu superar os problemas vividos com a instabilidade das instituições políticas e os escândalos de corrupção. O sucesso da economia sul-coreana atingiu seu auge quando, no ano de 2002, o país sediou alguns jogos da Copa do Mundo de Futebol. Nos últimos anos, as duas Coreias deram início aos diálogos de uma possível cooperação política e econômica.
sábado, 19 de setembro de 2009
A Razão e a Fé - A Igreja e a Razão
O modelo de Copérnico foi considerado absurdo e erróneo pela Igreja e o seu livro colocado no Index, assim que lhe foi dada importância. Galileu foi ameaçado de tortura e obrigado a abjurar, de coração sincero e genuína fe por ter defendido um erro contrário à Santa Igreja Católica e por negar os princípios aristotélicos. A igualdade entre os homens foi igualmente considerada um disparate pelo papa Pio VI na sua bula Quod Aliquantum, uma resposta à Declaração Universal dos Direitos do Homem. A liberdade de consciência era, para o papa Gregório XVI, um delírio absurdo e erróneo.As classificações de absurdidade e erro são uma constante. Se bem que mais tarde retractadas em muitos casos ou rectificadas noutros, porquê a obstinação aos frutos do raciocínio? Porquê esta aversão ao exercício livre da Razão? Durante séculos a ICAR condenou o Individualismo a vários níveis e em particular enquanto possibilidade de exercer o nosso próprio julgamento. E estava errada nas posições que tomou. O modelo de Copérnico afinal, tinha razão de ser. Aristóteles estava enganado na sua descrição do mundo natural. A liberdade de consciência foi considerada, por Paulo VI, como estando para além da razão de Estado e da razão da Igreja». Porque é que a Igreja não deu ouvidos a quem o havia dito tantos anos antes? A primeira ideia que me vem à cabeça é a dogmática - a sempre intrigante memética do divino.Se a Igreja se enganou tantas vezes nos julgamentos que fez em relação a temas fundamentais da Ciência ou da vida em sociedade, sendo que nesses julgamentos se baseou na sua estrutura teológica, que dizer da qualidade desses fundamentos? No fundo, porque é que Aristóteles se enganou? Porque recorreu unicamente à sua capacidade de raciocínio para explicar a natureza da realidade. É variada a forma como filósofos se enganaram sistematicamente em relação a descrições do mundo natural. Isto aconteceu porque a especulação filosófica é insuficiente para descrever a realidade sem que se saiba se os princípios de onde partimos têm ou não parecenças com os objectos reais do mundo. Essa herança aristotélica prevalece ainda na ICAR. Essa forma de "racionalismo" não tem, no entanto, grande paralelismo com aquilo a que hoje em dia designamos por Racionalismo - o exercício da razão longe de preconceitos não só como forma de auto determinação (a componente individualista) como o uso desta no aperfeiçoamento do conhecimento empírico que temos do mundo (na Ciência). A versão religiosa é outra e diz respeito à capacidade de articular argumentos teístas num discurso metafísico. Diz respeito, no fundo, um pouco à noção daquilo que a Razão deveria ser para os escolásticos e um pouco aquilo que deveria ser para os tomistas. No fundo, refere-se a uma noção de fé consciente e pensada. Trata de usar as capacidades racionais para fortalecer a fé. A Razão cujos valores eu defendo não tem nada a ver com isto.
Coréia do Norte X Coréia do Sul: um legado da Guerra Fria
A Coréia é uma nação dividida pelo paralelo 38 em dois Estados: um de orientação capitalista e outro de tendência comunista. A relação atual entre ambas é ciclotímica, com períodos de tensão e de distensão. A causa, não obstante a divergência ideológica entre os dois regimes, encontra-se nos limites entre ambos os países, que nunca foram reconhecidos pela Coréia do Norte. Esta se encontra à beira do colapso, com mais de 300 mil refugiados que têm sofrido com a fome e com a falta de liberdade. O fantasma da guerra nuclear ainda paira sobre a região, somando-se a relações conflituosas com a China e com o Japão e com os mais de 37 mil soldados norte-americanos estabelecidos em seus arredores.
A península coreana sofreu numerosas invasões ao longo de sua história. Pertenceu à China até 1895 e desfrutou de 15 anos de independência, até que em 1910 foi anexada pelo império japonês. Com a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial, a URSS e os EUA ocuparam a Coréia. Assim, em 1948 foram criadas a República Popular Democrática da Coréia, no norte e sob influência soviética, e a República da Coréia, no Sul da península, tendo a orientação estadunidense.
Em 25 de julho de 1950 a Coréia do Norte ataca a Coréia do Sul. As Nações Unidas condenam o ataque e forças norte-americanas e sul-coreanas atuam juntas fazendo o exército norte-coreano retroceder a posições próximas à fronteira com a China. Os chineses intervêm no conflito com 100 mil soldados e forçam as tropas da coligação apoiada pela ONU a recuar até o paralelo 38.
A península coreana sofreu numerosas invasões ao longo de sua história. Pertenceu à China até 1895 e desfrutou de 15 anos de independência, até que em 1910 foi anexada pelo império japonês. Com a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial, a URSS e os EUA ocuparam a Coréia. Assim, em 1948 foram criadas a República Popular Democrática da Coréia, no norte e sob influência soviética, e a República da Coréia, no Sul da península, tendo a orientação estadunidense.
Em 25 de julho de 1950 a Coréia do Norte ataca a Coréia do Sul. As Nações Unidas condenam o ataque e forças norte-americanas e sul-coreanas atuam juntas fazendo o exército norte-coreano retroceder a posições próximas à fronteira com a China. Os chineses intervêm no conflito com 100 mil soldados e forçam as tropas da coligação apoiada pela ONU a recuar até o paralelo 38.
As negociações de paz prolongam-se durante dois anos até que em 1953 se firma um pacto de armistício, estabelecendo-se uma zona desmilitarizada de quatro quilômetros entre a fronteira da Coréia do Sul e da Coréia do Norte. A Guerra da Coréia, como ficou conhecido o conflito, deixou cerca de 2 milhões de mortos. Os dois Estados, entretanto, nunca assinaram a paz e tecnicamente seguem em guerra.
Desde então, os dois países têm vivido uma série de encontros e desencontros com múltiplas crises diplomáticas e pequenos ataques militares. Com o fim do comunismo soviético no final da década de 1980, a Coréia do Norte deixou de receber a ajuda da Rússia e de outros países do leste europeu. A crise econômica provocada pelo fim do auxílio fez com que mais de 3 milhões de pessoas morressem de fome e uma grande massa de refugiados se direcionasse para a China.
Desde então, os dois países têm vivido uma série de encontros e desencontros com múltiplas crises diplomáticas e pequenos ataques militares. Com o fim do comunismo soviético no final da década de 1980, a Coréia do Norte deixou de receber a ajuda da Rússia e de outros países do leste europeu. A crise econômica provocada pelo fim do auxílio fez com que mais de 3 milhões de pessoas morressem de fome e uma grande massa de refugiados se direcionasse para a China.
Nos últimos anos, Coréia do Sul e Coréia do Norte têm retomado as negociações multilaterais que tiveram seu ponto máximo em junho de 2000 quando os países firmaram um histórico acordo que abria caminho para a reunificação coreana. Meses depois, entretanto, as discussões se estancaram em razão de problemas internos e, particularmente, por causa do contexto internacional. Os Estados Unidos têm acusado a Coréia do Norte de promover o terrorismo e a reativação de seu programa de armas nucleares, integrando-a dentro dos países que formam o chamado “eixo do mal”. Após a destituição de Sadam Hussein no Iraque, o presidente norte-coreano Pyongyang pode converter-se no próximo objetivo de Washington.
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